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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Estudantes que passaram 12h no mar mantiveram a calma


Médicos observaram que eles estavam exauridos


Os estudantes Bruno Mathias de Carvalho, Ruy Farias e Nathan Cunha de Jesus, que ficaram à deriva por um período de praticamente 12 horas em alto mar, chegaram cansados, roucos e com o corpo marcado por hematomas e escoriações, mas em boas condições de saúde. A informação vem do médico Levy Gama, que estava entre os quatro profissionais de saúde que prestaram os primeiros atendimentos ao grupo que, na tarde da quarta-feira, 18, se perdeu em alto mar ocupando um caiaque.

Embora com capacidade para apenas duas pessoas, os três ocupavam a mesma embarcação e foram empurrados para o alto mar pela maré vazante, por volta das 17h30 da quarta-feira, 18, segundo informações do major Hector Monteiro, comandante do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros. Da mesma forma que foram lançados para o alto mar, os estudantes foram devolvidos ao leito do rio Vaza Barris e, desta vez, pelos efeitos da maré de enchente, conforme explicações do major Hector.


“Foi muita sorte”, observou o major. Apesar de ter alcançado o leito do rio por volta das 3h da madrugada, os estudantes só foram efetivamente resgatados pela equipe dos bombeiros militares por volta das 5h30 desta quinta-feira, 19, e foram acolhidos pelos familiares e amigos. No grupo, quatro médicos fizeram avaliação do estado de saúde e constataram que eles não estavam desidratados nem doentes, segundo informações do médico Livy Gama.


Não houve necessidade de encaminhá-los a uma unidade de saúde. Da rampa existente nas proximidades da ponte Joel Silveira, os estudantes foram encaminhados para as respectivas residências e evitaram falar sobre o episódio.


O resgate


As buscas oficiais foram iniciadas ainda no final da tarde, por volta das 17h30 quando os amigos perceberam que os três estudantes estavam demorando a retornar do passeio de caiaque. “Eles viam toda a movimentação, viam as embarcações ao redor, gritaram muito pedindo socorro, mas não eram vistos”, conta o médico Levy Gama.


Para realizar o resgate, o Corpo de Bombeiros mobilizou a guarnição de mergulho e a equipe de guarda-vida composta por 15 bombeiros militares, usando dois Jet Skis, uma lancha e duas camionetas, que deram o suporte por terra. Por volta das 2h30 da madrugada desta quinta-feira, 19, as buscas foram suspensas e retomadas às 4h.


Às 5h30, aproximadamente, o sargento Anderson Lopes os avistou e constatou que todos estavam com vida nas proximidades da Fazenda Barra, já no povoado Caueira, em Itaporanga D´Ajuda. O comportamento dos estudantes durante o período que eles estiveram perdidos em alto mar foi aplaudido pela equipe médica que os atendeu e também pelos bombeiros militares: durante todo o tempo, eles mantiveram a calma e usaram os equipamentos de proteção individual. Mas cometeram um erro: a superlotação. Estavam três numa embarcação apropriada para duas pessoas.


Por Cássia Santana

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